segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

1 em 5 crianças em risco de pobreza em Portugal

Um Relatório da Comissão Europeia diz que Portugal é o segundo país da UE onde o risco de pobreza infantil é maior. A subida do desemprego, o baixo nível de vida e a elevada taxa de abandono escolar são factores que explicam o retrato negro
Uma em cada cinco crianças portuguesas está exposta ao risco de pobreza, o que faz de Portugal o País da União Europeia, a seguir à Polónia, onde as crianças são mais pobres ou correm maior risco de cair nessa situação.O retrato negro consta do relatório conjunto sobre a protecção social e inclusão que é hoje apresentado em Bruxelas (Bélgica) e que deverá ser adoptado no dia 29 pelo Conselho de Ministros do Emprego e Segurança. O mesmo relatório permite concluir que a situação portuguesa nesta matéria não só piorou em termos absolutos face ao último balanço realizado sobre a matéria em 2005 ( referente a rendimentos apurados em 2004) como também ficou mais isolada em termos comparativos.Portugal em penúltimoNo balanço anterior, o nível de exposição à pobreza infantil em Portugal estava em 20% e alinhava com países como a Espanha, Irlanda e a Grécia, estando, ainda assim, abaixo dos níveis registados na Lituânia e na Polónia. Agora, de acordo com dados do novo relatório, o risco de pobreza infantil só é pior na Polónia, e já superou o patamar de 20%.Uma situação que está relacionada com a escalada do desemprego em Portugal. Enquanto em 2004, Portugal ainda apresentava das taxas de desemprego mais baixas de toda a União Europeia, nos últimos anos, a situação inverteu-se.Em Julho do ano passado, por exemplo, Portugal já era, a par de países como a Grécia, Polónia e Eslováquia, um dos três países com as mais elevadas taxas de desemprego, em torno dos 8,2%.

O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social reconheceu hoje que a pobreza nas crianças é um dos «problemas mais sérios» da sociedade portuguesa, sublinhando que a «consciência da realidade» levou o executivo a considerar respostas às famílias.
«O relatório faz a identificação de um dos problemas mais sérios da população portuguesa», admitiu o ministro do Trabalho e da Segurança Social, em declarações aos jornalistas à margem da sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do PS, que decorrem até quarta-feira na Guarda.
A este propósito, o ministro do Trabalho e da Solidariedade recordou os investimentos realizados no alargamento da rede de equipamentos sociais, nomeadamente de creches, assim como o reforço do abono de família, entre outras medidas. «São instrumentos que procuram combater as desigualdades nos rendimentos de origem», salientou, alertando, contudo, para que os dados do relatório estão «um pouco desactualizados», já que se referem a 2004.
Fonte: Lusa

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