O Ministro do Bem

A FIGURA

Escreve Ricardo D. Lopes, no jornal Sol:
“ O ministro das finanças trouxe esta semana uma de ar fresco aos portugueses. Fartos de apertar o cinto e da crise, esmagados pela imparável subidas das prestações e deprimidos pela degradação da qualidade de vida, ouviram Fernando Teixeira dos Santos apresentar um Orçamento de esperança. Os funcionários do Estado vão ter aumentos acima da inflação e ver o direito à ADSE generalizado, as empresas vão pagar menos IRC, os computadores e as energias renováveis vão dar mais deduções fiscais, o imposto sobre os produtos petrolíferos não sobe, as cadeiras dos bebés vão pagar menos IVA e os apoios escolares crescem. A lista de benesses podia continuar, mas a “cereja no topo do bolo” de um Orçamento adaptado , feito por alguém que, tendo liderado a CMVM, conhece bem os mercados, é a possibilidade de quem não conseguir pagar a casa aos bancos poder passá-la, sem custos, para um fundo do Estado, que “oferece” prestações suaves. Agradecem as famílias e os bancos que, provavelmente, também estarão no fundo de acolhimento dos “incobráveis” do imobiliário. Mas acusar o ministro de ter feito um Orçamento a pensar nas eleições de 2009 é vulgar. E ingrato, como o Governo não se cansa de defender, lembrando que o que está em causa é proteger quem precisa, usando a folga conseguida nos anos de sacrifício. Os portugueses, esclarecidos, não deixarão de agradecer. E também não esquecerão que, se correr tudo mal, a culpa, evidentemente, é do exterior”.